Professores com alunos que ainda não leem ou escrevem com autonomia
As particularidades das escritas silábico-alfabéticas
A evolução da escrita silábico-alfabética para a alfabética é repleta de especificidades. Conhecê-las é fundamental para avaliar adequadamente o desenvolvimento dos alunos e melhor ajudá-los a avançar
Paula Takada (novaescola@fvc.org.br)
Imagine-se numa sala de concertos, apreciando uma orquestra, com
violinos, trombones, violoncelos e flautas, entre outros instrumentos.
Você seria capaz de distinguir entre os sons produzidos pelos de sopro e
os de corda? A maioria dos leigos em música considera isso difícil. Da
mesma forma, identificar os sons que compõem uma sílaba é uma tarefa
complexa para os alunos que estão na transição da hipótese de escrita
silábica para a silábico-alfabética. Essa analogia foi feita pela
psicolinguista argentina Emilia Ferreiro, que sintetizou as conclusões a
que chegaram pesquisadores por ela orientados no recente artigo A Desestabilização das Escritas Silábicas: Alternâncias e Desordem com Pertinência.
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/particularidades-escritas-silabico-alfabeticas-683014.shtml
Análises de escritas de crianças como Maria, 5 anos, foram a base da
pesquisa da argentina Claudia Molinari. Desafiada a escrever sopa,
a menina produz primeiramente uma escrita silábica: OA. Insatisfeita
com a quantidade de letras - já que nessa fase a maioria das crianças
acredita que sejam necessárias no mínimo três para garantir uma escrita
legível -, ela acrescenta SP. O resultado final é OASP. "Todas as letras
da palavra estão ali, mas em desordem (...). O que Maria produz são
duas escritas silábicas justapostas", pontua Emilia.
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