Momentos de reflexão



Da superfície de uma tabuinha à telinha do computador: que espaços da escrita e letramentos são esses?

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Luís Vaz de Camões.
O mundo é feito de mudanças e sempre o homem busca atende a novas necessidades. É o eterno processo de busca, de transformações que é inerente à própria condição do ser humano. Com a escrita não foi diferente. Quando a humanidade não a conhecia, o tempo, o espaço, a compreensão do mundo e sua capacidade de se referir ao que não estava apresente eram limitados. Desde o surgimento da escrita em diversas culturas, em diversos momentos da historia da humanidade até o momento atual, a escrita em seus diferentes mecanismos de produção, reprodução e esferas de circulação sempre foram impactantes e imprevisíveis em suas consequencias sociais, culturais e históricas.
Quando, nos dias de hoje, vemos bebes explorando um computador, crianças utilizando com facilidade e maestria não só computadores, mas outros instrumentos do mundo digital, dificilmente pensamos nas escritas primitivas ou até mesmo na escrita tipográfica.  O que poderemos encontrar se pararmos e fizermos um movimento de reflexão sobre o que está por trás destes novos paradigmas.
Os espaços já não mais os mesmos. Antes limitados à linearidade de uma tabuinha, ou de um pergaminho ou até de a uma folha de papel, passam a uma tela, onde um simples clicar abrem-se janelas, o texto perde sua linearidade e é lido de forma multisequencial com infinitas possibilidades sem ordem pre-estabelecida. Novas habilidades são exigidas. Novas formas de ver o mundo, o tão longe está tão perto. Fica posto, que todo esse contexto, gera novas formas de leitura de mundo e de letramento, na concepção de que  abrange  os conhecedores e usuários da leitura e escrita.
O papel de quem participa na escrita no mundo virtual é bem diferente dos participantes das práticas sociais de leitura e escrita no mundo da escrita no papel  Se Gutemberg alterou as formas de produção, de reprodução e as esferas de circulação da escrita, hoje temos uma nova revolução nessas mesmas práticas, considerando ao participantes de uma sociedade de letrados. Ele tem autonomia para selecionar, ciclar acessos diferentes, trabalhar em várias fontes ao mesmo tempo. Ele é protagonista de suas intenções e ações.
Do texto ao hipertexto, os gêneros discursivos já não mais os mesmos. O hipertexto pode ser lido de diferentes formas (ele é multilinear), ele é móvel, onde links vão abrindo em múltilpas possibilidades. A tela é uma unidade temporal, ou seja, o leitor escolhe, com um clique, a tela onde quer acessar e termina onde desejar. O hipertexto é dinâmico podendo se desdobrar num perpétuo “continuum”. “Segundo Magda Soares, (em seu artigo “Novas práticas de leitura e escrita: letramento e cibercultura”), para alguns autores, os processos cognitivos inerentes a esse letramento digital reaproxima o ser humano de, ou seus esquemas mentais”, ou seja, esse novo gênero- hipertexto- permite novas atribuição de sentidos, pois a navegação pode ocorrer em múltiplas vias.
Essas mudanças, também já se fazem presentes no universo escolar. Uso do computador, acesso à Internet, elaboração de blog, uso de redes sociais.
Frente às novas práticas sociais de leitura e escrita, a transposição processual, cada vez mais rápida, do papel impresso para a tela de um computador, cria um novo contexto na esfera de produção, recepção e circulação do conhecimento, novos comportamentos leitores, escritores e, novas possibilidades de novas formas de aprendizagens e mudnças na sociedade dos letrados.  A janela está aberta para um novo mundo a ser desvendado por jovens, cada vez mais jovens buscando atender às novas necessidades de uma sociedade contemporânea que tem pressa onde o próprio tempo tem novo tempo.

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