PRODUÇÃO ESCRITA

O que os alunos aprendem nas situações em que escrevem por si mesmos

        Tais atividades são extremamente valiosas. Quando propostas individualmente, permitem conhecer aquilo que já foi possível, para cada aluno, aprender sobre o funcionamento do sistema de escrita alfabético, além de ter informações para avaliar o avanço de cada um em determinado período. Conhecer o processo de cada criança ajuda a identificar as crianças que necessitam de um apoio mais próximo, dá oportunidade para que se realizem intervenções mais ajustadas para cada aluno e, também, permite que se organizem parcerias produtivas de trabalho. É interessante propor situações como essa de tempos em tempos (por exemplo, bimestralmente) para levantar as informações sobre o processo de construção da compreensão do sistema de escrita realizado por cada criança.
                                                      
        No entanto, as situações de escrita individual não devem ser as mais frequentes.
Elas são bons momentos de avaliação e, como tais, devem ser periódicas.  Nas aulas, é importante que os alunos participem em situações variadas em que escrevam por si mesmos, nas quais tenham a colaboração de colegas com quem possam trocar informações, bem como com suas intervenções, para irem além daquilo que produziram espontaneamente. Você pode:
·        remeter as crianças a diferentes materiais de consulta para que se apoiem
em palavras já conhecidas para escrever outras palavras (por exemplo, remeter à lista de nomes para que encontrem o nome de um colega cuja escrita compartilha algum som com aquele que se deseja escrever);
·        escrever, à vista dos alunos, palavras que tenham o mesmo som daquela
que as crianças desejam escrever (por exemplo, se os alunos querem escrever a palavra MORANGO, você pode escrever MÔNICA, MONTANHA e MOSCA, para que se apoiem nessa lista e pesquisem as letras com que iniciarão a que as crianças desejam escrever (por exemplo, se os alunos querem escrever a palavra MORANGO, você pode escrever MÔNICA, MONTANHA e MOSCA, para que se apoiem nessa lista e pesquisem as letras com que iniciarão a escrita da palavra desejada);
·        confrontar ideias diferentes dos integrantes do grupo e oferecer informações que os ajudem a superar o dilema, especialmente quando ambas as possibilidades são válidas (por exemplo, para a escrita da palavra LOBO, um aluno sugere usar o O e outro considera que o L é a letra adequada. Nesse caso, você diz que ambas as letras são possíveis e sugere que os alunos pesquisem na palavra PAULO (nome de um dos colegas) como observam que foi grafada a sílaba LO, no fim da palavra);
·        questionar determinada escrita, que sabe estar aquém daquilo que os alunos
são capazes.
Em todas essas situações, o objetivo da atividade é favorecer o avanço dos alunos em relação ao sistema de escrita.
Outras sugestões:
·       Recorrer ao alfabeto exposto na sala, quadro de presença, listas diversas, etc., para escrever em situações de prática social.
·       Produzir listas em contextos necessários a uma comunicação social: lista de ingredientes para uma receita, títulos de histórias lidas, brincadeiras preferidas etc.
·       Arriscar-se a escrever segundo suas hipóteses.

Condições didáticas para as situações de escrita pelo aluno
Para que as situações de escrita pelo aluno façam sentido, é importante que as propostas tenham um propósito claro. Ou seja, os alunos escreverão considerando
uma finalidade conhecida e compartilhada por todos:
·       a legenda que acompanha um desenho, mostrando o que foi aprendido num estudo realizado em classe e compartilhado com outros colegas;
·       a legenda de uma noticia de jornal que acabou de ser ida aos alunos;
·       a escrita do nome de uma lista de presença;

Para que os alunos possam delimitar sua atenção às questões relacionadas à escrita, é importante que o texto seja breve e que possa ser combinado previamente entre os autores (os integrantes do agrupamento que realiza a escrita).

Dessa forma, as questões discursivas são combinadas antes da escrita, o texto é memorizado antes de ser escrito, para que, durante a produção, a atenção das crianças se volte para os aspectos notacionais, ou seja, para quantas e quais letras serão utilizadas na escrita.

Os alunos necessitam contar com fontes de informação para que sua escrita se aproxime, ao máximo, da escrita convencional. Dessa forma, contar com um repertório considerável de “palavras confiáveis”, ou seja, palavras cuja escrita convencional seja conhecida de memória ou que estejam facilmente acessíveis na classe, é fundamental:
·       listas com nomes dos colegas afixadas nas paredes;
·       as atividades realizadas diariamente, escritas na lousa;
·       plaquinhas sinalizadoras de onde se guarda cada material na classe;
·       títulos dos contos nas capas de livros que foram lidos recentemente, aos quais os alunos têm fácil acesso.

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